Não tente entender, são apenas retalhos... Só fazem sentido para mim!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011


“A maturidade me permite olhar com menos ilusões,

aceitar com menos sofrimento,

entender com mais tranquilidade,

querer com mais doçura.”

Lya Luft
 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Dos sentimentos...


Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança
para acontecer de novo e não consegue.

Lembrança é quando, mesmo sem autorização,
seu pensamento reapresenta um capítulo.

Angústia é um nó muito apertado
bem no meio do sossego.

Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu
desgrudar do seu pensamento.

Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer
mas acha que devia querer outra coisa.

Certeza é quando a ideia cansa de procurar
e para.

Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro
e volta rápido.

Pressentimento é quando passa em você
o trailer de um filme que pode ser que nem exista.

Vergonha é um pano preto que você
quer pra se cobrir naquela hora.

Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos
para o que quer que seja.

Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação
no final do sentimento.

Sentimento é a língua que o coração usa
quando precisa mandar algum recado.

Raiva é quando o cachorro que mora em você
mostra os dentes.

Tristeza é uma mão gigante
que aperta seu coração.

Felicidade é um agora
que não tem pressa nenhuma.

Amizade é quando você não faz questão de você
e se empresta pros outros.

Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas,
geralmente, não podia.

Lucidez é um acesso de loucura
ao contrário.

Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo
e assume o mandato.

Vontade é um desejo que cisma
que você é a casa dele.

Paixão é quando apesar da palavra ¨perigo¨
o desejo chega e entra.

Amor é quando a paixão
não tem outro compromisso marcado.

Não...
Amor é um exagero...
também não.

Um dilúvio,
uma insanidade,
um despropósito,
um descontrole,
uma necessidade,
um desapego?

Talvez não tenha sentido,
talvez não tenha explicação,

Esse negócio de amor,
não sei definir..
não dá pra explicar !!!


“se escolhermos o caminho do olho por olho, dente por dente,

vamos acabar vivendo num mundo de cegos e banguelas…”
                                                             Mahatma Gandhi 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Prá cima deles Galo...



Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade,o atleticano torce contra o vento. Ah, o que é ser atleticano? É uma doença? Doidivana paixão? Uma religião pagã? Bênção dos céus? É a sorte grande? O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e amar o Galo sobre todas as coisas. Daí, que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo.



Cheira ao suor da mulher amada.

Cheira a lágrimas.

Cheira a grito de gol

Cheira a dor.

Cheira a festa e a alegria.

Cheira até mesmo perfume francês.

Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, trêmula ao vento.



A gente muda de tudo na vida. Muda de cidade. Muda de roupa. Muda de partido político. Muda de religião. Muda de costumes. Até de amor a gente muda. A gente só não muda de time, quando ele é uma tatuagem com a iniciais C.A.M., gravada no coração.É um amor cego e têm a cegueira da paixão.



Já vi o atleticano agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados. Já vi atleticano rasgar a carteira de sócio do clube e jurar: Nunca mais torço pelo Galo. Já vi atleticano falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os amantes fazer com o retrato da amada.



Que mistério tem o Atlético que, às vezes, parece que ele é gente? Que a gente associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, tio, prima)? Que a gente o confunde com a alegria que vem da mulher amada?

Que mistério tem o Atlético que a gente confunde com uma religião?

Que a gente sente vontade de rezar “Ave Atlético, cheio de graça?”

Que a gente o invoca como só invoca um santo de fé? Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa branca e preta, um milagre se opera?Que tudo se transfigura num mar branco e preto?



Ser atleticano é um querer bem. É uma ideologia. Não me perguntem se eu sou de esquerda ou de direita. Acima de tudo, sou atleticano e, nesse amor, pertenço ao maior partido político que existe:

O Partido do Clube Atlético Mineiro, o PCAM, onde cabem homens, mulheres, jovens, crianças. Diante do Atlético todos são iguais: o bancário pode tanto quanto o banqueiro, o operário vale tanto quanto o industrial. Toda manhã, quando acordo, eu rezo: Obrigado, Senhor, por me ter dado a sorte de torcer pelo Atlético.



Roberto Drummond

sábado, 3 de dezembro de 2011

Eu hoje acordei triste...



– há certos dias

em que sinto esta mesma sensação…

E não sei explicar, qual a razão

porque as mãos com que escrevo estão tão frias…

E pergunto a mim mesmo: – tu não rias

ainda ontem tão feliz… diz-me então

por que sentes pulsar teu coração

destoando das humanas alegrias?…

E, nem eu sei dizer por que estou triste…

Quem me olha não calcula com certeza,

o imenso caos que no meu peito existe…

A tristeza que eu sinto ninguém vê…

- E a maior das tristezas é a tristeza

que a gente sente sem saber por quê!…

J. G. de Araújo Jorge

É preciso um bocado de tristeza...



Senão,

 é como amar uma mulher só linda.

E daí? Uma mulher tem que ter

Qualquer coisa além de beleza...

Qualquer coisa de triste,

Qualquer coisa que chora,

Qualquer coisa que sente saudade!

Um molejo de amor machucado!

Uma beleza que vem da tristeza

De se saber mulher,

Feita apenas para amar,

Para sofrer pelo seu amor

E pra ser só perdão!!!

A um ausente...



Tenho razão de sentir saudade,

tenho razão de te acusar.

Houve um pacto implícito que rompeste

e sem te despedires foste embora.

Detonaste o pacto.

Detonaste a vida geral,

a comum aquiescência de viver

e explorar os rumos de obscuridade,

sem prazo, sem consulta; sem provocação,
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.

Teu ponteiro enloqueceu,

enloquecendo nossas horas.

Que poderias ter feito de mais grave

do que o ato sem continuação, o ato em si,

o ato que não ousamos nem sabemos ousar …

porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,

de nossa convivência em falas camaradas,

simples apertar de mãos, nem isso,

voz modulando sílabas conhecidas e banais,

que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.

Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto

nas leis da amizade e da natureza

nem nos deixaste sequer o direito de indagar

porque o fizeste?

porque te foste?

Carlos Drumond de Andrade

Caminhos da vida...



Quando cortas uma flor para ti,
começas a perdê-la…
Porque murchará em tuas mãos
e não se fará semente para outras primaveras.

Quando aprisionas um passarinho para ti,
começas a perdê-lo…
Porque não mais cantará no bosque para ti
e nem criará outros passarinhos em seu ninho.

Quando não arriscas tua liberdade para tê-la,
começas a perdê-la…
Porque a liberdade que tens se comprova
quando te atiras optando e decidindo.

Quando não deixas partir
o teu filho para a vida,
começas a perdê-lo…
Porque nunca o verás voltar
para ti livre e maduro.

Lembre-se sempre:
Não existe preço para a Liberdade,
mas uma belíssima recompensa
para quem a utiliza
com desprendimento de alma …

Ter para sempre,
junto a si a fidelidade daqueles que
livres dos grilhões,
se comprazem em serem seus eternos admiradores!

Quem Ama … Liberta com a certeza
da volta espontânea ao aconchego!
Aprende no caminho da vida
A paradoxal lição da experiência:

Sempre ganhas o que deixas
E perdes o que reténs…

Fenix Faustine

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

300...

A rosa desfolhada...




Tento compor o nosso amor

Dentro da tua ausência

Toda a loucura, todo o martírio

De uma paixão imensa

Teu toca-discos, nosso retrato

Um tempo descuidado

Tudo pisado, tudo partido

Tudo no chão jogado

E em cada canto

Teu desencanto

Tua melancolia

Teu triste vulto desesperado

Ante o que eu te dizia

E logo o espanto e logo o insulto

O amor dilacerado

E logo o pranto ante a agonia

Do fato consumado.



Silenciosa

Ficou a rosa

No chão despetalada

Que eu com meus dedos tentei a medo

Reconstruir do nada:

O teu perfume, teus doces pêlos

A tua pele amada

Tudo desfeito, tudo perdido

A rosa desfolhada!!!