Não tente entender, são apenas retalhos... Só fazem sentido para mim!!!

terça-feira, 29 de junho de 2010

MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
 Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!

Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minhã irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
Pés descalços, braços nus
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Daquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu

segunda-feira, 28 de junho de 2010


No dia do aniversário
A gente às vezes tem vontade
De se esconder dentro do armário
Mas aí vem um com um beijo
Outro realizando um desejo

E aquele que está sempre atrasado
Chega super animado
Estourando um champanhe
Mesmo que eu estranhe
E não entenda muito bem
Por que tantos parabéns

Fico feliz com os presentes
Agüento melhor os parentes
E não me pergunto na hora
O que há de mentirinha
Nessa anual história

Quem me dera tanto afeto
Duas vezes por semana
Pra derreter a couraça
Pra amenizar minha gana

Congelaria se possível
Muitos pedaços do bolo
Pra durante o ano carente
Come-los como consolo.

Elisa Dias Batista

sábado, 26 de junho de 2010

Lembranças



No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,

Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos, Duro...
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for, Mais nada.

Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...


Fernando Pessoa (acho)


Rugas...





Mirando-me num espelho depois de sessenta anos penso :

Já não se fazem espelhos como antigamente...


Tallulah Bankhead

A idade para ser feliz...


Existe somente uma idade para a gente ser feliz,

somente uma época na vida de cada pessoa

em que é possível sonhar e fazer planos

e ter energia bastante para realizá-las

a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.



Uma só idade para a gente se encantar com a vida

e viver apaixonadamente

e desfrutar tudo com toda intensidade

sem medo, nem culpa de sentir prazer.



Fase dourada em que a gente pode criar

e recriar a vida,

a nossa própria imagem e semelhança

e vestir-se com todas as cores

e experimentar todos os sabores

e entregar-se a todos os amores

sem preconceito nem pudor.



Tempo de entusiasmo e coragem

em que todo o desafio é mais um convite à luta

que a gente enfrenta com toda disposição

de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,

e quantas vezes for preciso.



Essa idade tão fugaz na vida da gente

chama-se PRESENTE

e tem a duração do instante que passa.

Autor desconhecido 

O tempo passa...

Eu não entendo porque todos comemoram aniversário uma vez no ano.


Comemorar o que?

Um ano a menos de vida?

Um ano a menos com quem você gosta?

Um ano a menos pra realizar seus sonhos?

Ninguém repara que isso é uma contagem regressiva...

Jean Sapia

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Poema da gare de Astapovo

O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos


 E foi morrer na gare de Astapovo!




Com certeza sentou-se a um velho banco,


Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso


Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo


Contra uma parede nua...


Sentou-se ...e sorriu amargamente


Pensando que


Em toda a sua vida


Apenas restava de seu a Gloria,


Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas coloridas


Nas mãos esclerosadas de um caduco!


E entao a Morte,


Ao vê-lo tao sozinho aquela hora


Na estação deserta,


Julgou que ele estivesse ali a sua espera,


Quando apenas sentara para descansar um pouco!


A morte chegou na sua antiga locomotiva


(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)


Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,


E quem sabe se ate não morreu feliz: ele fugiu...


Ele fugiu de casa...


Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...


Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!


Mário Quintana

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A cúmplice



Eu quero uma mulher que seja diferente


De todas que eu já tive, todas tão iguais.

Que seja minha amiga, amante e confidente

A cúmplice de tudo que eu fizer a mais.

No corpo tenha o sol, no coração a lua

Na pele cor de sonho, as formas de maçãs

A fina transparência, uma elegância nua

Um mágico fascínio, o cheiro das manhãs.


Eu quero uma mulher de coloridos modos

Que morda os lábios sempre que for me abraçar

No seu falar provoque o silenciar de tudo
E o seu sorriso obrigue a me fazer sonhar

Que saiba receber, que saiba ser bem-vinda

E possa dar jeitinho em tudo que fizer

E que ao sorrir provoque uma covinha linda

De dia uma menina, a noite uma mulher.

Juca Chaves
 
Oi linda,
 
esta é prá você.
 
Obrigado pelo incentivo e pela força.
 
Bjão desssssssssssssssssssss tamain.

Pegadas


Não penses que alguma vez te abandonei.

Sempre caminhei junto com você.

Olhe para trás e verás dois pares de pegadas pela areia.

Se em algum ponto encontrares somente um par de pegadas,

não penses que alí estavas só.

É que estavas tão frágil e cansada que eu te carregava ao colo.

                              Adaptação do livro  "Pegadas na areia" 
 Margareth Fishback Powers - Ed.Fundamento

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Filho Predileto




Filho Preferido



Certa vez me perguntaram qual era meu filho preferido, aquele que eu mais amava.



Eu, deixando entrever um sorriso, respondi: nada é mais volúvel que um coração de pai. E, como pai, lhe respondo: o meu filho predileto é aquele a quem me dedico de corpo e alma.



É o meu filho doente, até que sare.



O que partiu, até que volte.



O que está cansado, até que descanse.



O que está com fome, até que se alimente.



O que está com sede, até que beba.



O que está estudando, até que aprenda.



O que está nu, até que se vista.



O que não trabalha, até que se empregue.



O que namora, até que se case.



O que casa, até que conviva.



O que é pai, até que os crie.



O que prometeu, até que cumpra.



O que deve, até que pague.



O que chora, até que cale.



E já com o semblante bem distante daquele sorriso, completei:

o que já me deixou, até que o reencontre...


Autor desconhecido

São demais os perigos dessa vida...







São demais os perigos dessa vida


prá quem tem paixão,

principalmente quando uma lua chega de repente


e se deixa no céu, como esquecida.

E se ao luar, que flutua desvairado,


vem se unir uma música qualquer


aí então é preciso ter cuidado


porque deve andar perto uma mulher.

Deve andar perto uma mulher que é feita


de música, luar e sentimento.

Que a vida não quer de tão perfeita.

Uma mulher que é como a própria lua,

tão linda que só espalha sofrimento,

tão cheia de pudor que vive nua.

uma mulher


Uma mulher...


simplesmente



te achei.



Te tirei dos devaneios,



te arranquei



dos contos,



dos sinos,



dos sonos.



Dos sonhos



sem ter.



Da vida sem vida,



da sombra.



Do marasmo das horas.



Te puxei da janela



sem graça.



Da vida passante



te despi.



Deflorei tuas ilusões



sem cor,



te tirei de ninguem.



Te mostrei



na mulher em ti



a mulher esquecida de ser,



com medo de ter.



Perdida no espaço,



no tempo.



E te amei.....!




Autor não revelado

http://meusinstantesemeusmomentos.blogspot.com

Parágrafos II



Parágrafos II



Pouco me importa, o que dizem ser errado,
 se tudo está tão certo pra mim...
sou sempre o que quero ser, sou o que sou ,
não um mimetismo mentiroso,mas uma verdade.

Sou o que busco ser.

 Atravesso minhas fronteiras expando meus próprios limites.
 Banco meu jogo de vida sou meus acertos, meus erros e minhas culpas.
Vivo minha liberdade, minhas conclusões.

Sou minhas conseqüências.

Mas não sou nunca uma frase feita, um ditado.
 Sou sim, um texto escrito por mim, sou minha historia e enredo, sou meu autor e personagem.
E de mim, pouco me importa o que pensam, pouco me importa o que julgam.



Pouco me importa tanta coisa...


Autor não revelado


http://meusinstantesemeusmomentos.blogspot.com

domingo, 20 de junho de 2010

Quando eu me apaixonar...

Quando eu me apaixonar, será para sempre


Ou então eu nunca me apaixonarei

Em um mundo agitado como este

O amor acabou antes de começar


E tantos beijos ao luar

Parecem esfriar no calor do sol


Quando eu der meu coração será completamente

Ou eu nunca darei meu coração


E no momento ... eu posso sentir que você também se sente assim


É quando eu me apaixonar por você


E no momento ... eu posso sentir que você também se sente assim


É quando eu me apaixonar por você


Será para sempre...

Gita

Eu que já andei
Pelos quatro cantos do mundo
Procurando
Foi justamente num sonho
Que Ele me falou


Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado...


Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar...


Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar...


Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou.


Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição...
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada...


Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar...
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim...



Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra "A" tem meu nome
Dos sonhos eu sou o amor...
Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo...
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão...


Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio.


(Raul Seixas / Paulo Coelho)

sábado, 19 de junho de 2010

Vivi e ainda vivo...



"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
Tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também já decepcionei alguém.
Já abracei para proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e
e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
Já vivi de amor e fiz juras eternas,
(quebrei a cara muitas vezes)!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só para escutar uma voz,
Me apaixonei por um sorriso,
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
E tive medo de perder alguém especial
(e acabei perdendo).
Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida...
E você também não deveria
Viva!


Bom mesmo é ir a luta com determinação,
Abraçar a vida com paixão,
Perder com classe
E vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
E a vida é muito bela para ser insignificante!"